"Pesquisa Viola Urbana: A influência da viola na música brasileira"
(Texto: João Araújo / Ilustrações: Marcelo Bicalho).
Trabalho de preservação músico-cultural mantido desde 2004. A Pesquisa nortea e justifica o repertório dos registros fonográficos: 04 CDs (2005 / 2008 / 2015 - cantado e instrumental) e dois DVDs (2010 / 2015).
Por segmentos, procura mostrar a importância que o instrumento tem para a nossa cultura, desde o inicio da colonização até os dias atuais.
CONFIRA PELA WEB OS CONTEÚDOS PESQUISA VIOLA URBANA:
https://www.facebook.com/ViolaUrbana/
https://www.youtube.com/user/JoaoAraujoViolaUrban
EM TERMOS DE APRIMORAÇÃO DO CONHECIMENTO MUSICAL COM LINGUAGEM SIMPLES, INDICAMOS O SITE
www.descomplicandoamusica.com - UM VERDADEIRO MANANCIAL DE APRENDIZAGEM!
A viola sempre se manteve conservada nas mais tradicionais festas folclóricas do País. Normalmente de cunho religioso, nestes eventos públicos coletivos várias manifestações artísticas podem ser admiradas ao mesmo tempo: artesanato, pintura, teatro, dança e (naturalmente) muita música. É um elo que permanece entre a viola e a religião, uma vez que, quando trazida pela primeira vez à colônia pelos portugueses, sua função era atrair e distrair os índios, que ficavam maravilhados por aquele som nunca ouvido dantes. Os índios só conheciam, até então, os instrumentos de sopro e percussão que eles mesmos fabricavam. Atraídos os nativos, os jesuítas introduziam a catequização ensinando aos índios cânticos religiosos ao som da viola.
Pelo interior do Brasil, vários são os formatos regionais de festas folclóricas - grandes tradições que ainda resistem, felizmente: Folias de Reis e do Divino, Congados, Marujadas, Catopês, Fandangos, etc. Na cidade, essas maravilhas de nossa cultura nos chegam muitas vezes graças ao trabalho de artistas urbanos como Tavinho Moura e Caetano Veloso, que, depois de pesquisarem as raízes, as trouxeram até os grandes centros por meio de suas adaptações.
Exemplos de canções deste segmento: "Beira-mar novo" (cantiga de catopê adaptada pelo grupo Trovadores do Vale), "O trem tá feio" (de Tavinho Moura e Murilo Antunes), "Cálix Bento" (folia de Reis adaptada por Tavinho Moura), "Peixinhos do Mar" (cantiga de Marujada adaptada por Tavinho Moura) e "Marinheiro Só" (cantiga de Marujada adaptada por Caetano Veloso).
A escolhida para homenagear este segmento, gravada no primeiro álbum e também no DVD, é uma grande coletânea compilada por João Araújo exclusivamente para esse trabalho, com homenagem a valiosos trabalhos como o do mineiro Tavinho Moura, passando pelo também mineiro Décio Marques e seu coral Trovadores do Vale e chegando até o famoso baiano Caetano Veloso. Mesmo sendo a mais longa faixa, muito ainda há que se agradecer a tantos pesquisadores, algumas vezes até anônimos, que ajudam a divulgar nossas raízes, indo buscá-las na fonte e trazendo-as para as cidades-grandes.
Destaca-se nas duas gravações distintas (primeiro CD e DVD) a participação especial de Chico Lobo, conhecido violeiro mineiro. Pesquisador e apresentador de rádio e televisão, Chico é completamente comprometido com as manifestações folclóricas de sua terra - e dá uma verdadeira "aula" de viola e parceria nessa faixa, como sempre faz em sua vida artística. Mais uma vez, o destaque para o arranjo de percussão de Geraldo Vianna, numa viagem didática pelos ritmos e sons de raízes indígenas e africanas do Brasil, retratando, inclusive, o bater de pés e palmas encontrados tanto nas catiras e folias de reis quanto nas rodas de samba, fandangos e marujadas: afinal, é tudo um Brasil só!
![]() |